domingo, 14 de março de 2010

"If I Lay Here, Would You Lay With Me And Just Forget The World?"

A festa, longe. A menina, sem intenção de ir, foi, mas somente para agradar a prima. "Estamos na cidade mesmo. Vamos, então!", disse a menina.

O rapaz era mediano, cabelos castanhos, olhos mel. Moreno, um sotaque diferente, nem das Gerais, nem da Cidade Maravilhosa.
A festa não era o melhor lugar, mas eles se conheceram lá. Um acaso do destino. O irmão do rapagão (que estava interessado na prima) os apresentou.

A menina, 15 anos, normal. Comum, salvo o seu olhar, paralisante. Não sabia muito sobre a vida. Só o que lera em romances de Sidney Sheldon. Não sabia o que era a malícia do sorriso largado. Ela viu o rapaz e, sem muitas expectativas, se perguntou: "Comigo?". Não tinha muito o que fazer, senão esperar a atitude do mancebo.

Ele se aproximou e sorriu: cinco minutos, conversa vai e vem e, infelizmente, ali, ela já sabia que ele era tudo o que ela queria, esperava, precisava. Ela simplesmente o amava!

Ele a tomou nos braços, um abraço apertado, e eles trocaram seu primeiro beijo. Como foi revelador! Ela já havia beijado outros, mas não com aquele sentimento de estrelas coloridas. De flor desabrochando. De renovo. De perfeição!

Foram duas noites de romance. Ela não sabia muito o que fazer, mas leu em algum lugar que, quando se está apaixonado, não é preciso pensar. Talvez em alguma revista adolescente...

Ela volta para sua cidade. Monotonia novamente. Mas ela o amava. Como ela esqueceria o único que a fez ver estrelas, futuro? Eles ficam 9 meses trocando SMS's, vantagens da tecnologia. Ou não. Isso a alimentou de esperanças. "Talvez a festa tenha sido o melhor lugar. Talvez sejamos o que eu espero, de verdade!", pensava a moça.

Ela volta àquela cidade: "Como eu gostaria de vê-lo...". Ela olha em volta. Tudo continuava no lugar, menos sua cabeça. Ela olha para o lugar aonde se conheceram. Soa lindo, poético, certo? Seu coração doía....muito! Essa dor daria a poesia, algum outro dia.

Sua (outra) prima, a chama para ir à um jogo. Nada animada, ela põe seus jeans e vai.

Na arquibancada, a torcida estava dividida. Para a menina, o jogo não valia nada...ela estava vazia, só pensava no rapagão.
-Prima, vou embora. Não tô legal não...
-Então faça um favor pra mim primeiro? Vá até a padaria e compre um chiclete, pleeeeeeaseee!
-Claro, ((não falo nomes))! Peraê...
-Vá pela saída lateral da arquibancada. Se você der a volta, não conseguirá achar o caminho.
-Certo.
Um tanto melancólica, pensando no seu "pra sempre", ela caminha em direção à saída lateral, como havia indicado a prima.
Mesmo cabisbaixa, ela sentia que algo estaria pra acontecer.
O surreal aconteceu: o rapaz estava ali, na lateral daquela quadra, com seus pais e irmãos.

Um momento cinematográfico: o rapaz a olhava e não acreditava. Ela já o sentia, naquele abraço saudoso, apertado e tenro. A noite seria inesquecível. Não haveria sexo. Mas a paixão das mãos....do abraço....o sorriso...a conversa tola...a boca....o afago...

Eles não mais se viram.

1 ano depois, a menina o acha num desses sites de relacionamento
Ela não dormiu naquela noite. Só pensava nele e em seus beijos. E mãos. E abraços...
Ele a tratava como "lembrança". Ela ainda o queria com todas as suas forças.

Ano passado, 2009, depois de quase perder o contato, eles se reveram.
O calor foi mais forte. A menina, que supostamente deveria ter desaparecido conforme o passar dos anos, não conseguiu dar lugar à mulher e, tudo o que ela sentia, voltaria junto.

Voltaria? Nunca desapareceu!

Ela o abraçou. E soltou uma lágrima. O beijo....Ah, o beijo! Cósmico....o frio....

Alguma coisa, depois disso, deu errado. Oras...muito errado! "Você não era pra me responder isso, ((não revelo nomes))!". Mas já que respondeu, vamos levar a vida....Em algum ponto, a gente tem que crescer!

Hoje, 2010, a menina se tornou mulher. Mas nenhuma marca some de verdade. E ainda não existe a metafórica "cicatriz" pra ela! Só a ferida, que ainda está aberta! "Ainda não passou e não vai passar!"

Não há "porquês" numa história de amor. Talvez uns "E se...?". Mas isso tudo, aqui escrito, não se explica. Somente se sente!

A menina respirou, pegou seu diário e foi escrever algo. Uma história de amor, talvez! Breve história, mas ainda assim, uma grande história!

"A festa, longe. A menina, sem intenção de ir, foi, mas somente para agradar a prima..."















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