terça-feira, 30 de novembro de 2010

Carta de um Suicida Demasiadamente Humano

Ao som de Eric Clapton, decidi terminar minha vida. Eu odiava aquilo tudo. Odiava! Todas as rotas que atravessamos em nossas vidas nos levam à algum lugar. Eu não estava chegando a lugar algum!

Quando ele começou a cantar "Layla", vi que não perderia tempo. Eu pensei e, de certa forma, eu estava certo. Se eu sou único, como os religiosos me diziam todas as vezes que eu os olhava daquele jeito patético, que só os céticos, iludidos e loucos conhecem, devo ter a autonomia de me suicidar. Ah, não faria falta mesmo! Eu era um desempregado. 48 anos. Pais mortos. Divorciado. Sem filhos. Sem posses. Eu tinha a certeza de que aqueles com quem me envolvi, não sentiriam minha falta. Beberrões e prostitutas, eram eles. Minha primeira esposa? Uma puta! Mas quem sou eu para julgá-los? Ah, claro, um ser exclusivo. "Exclusivo, meus irmãos, assim vocês são.", foi o que ouvi por muito tempo. Por que eu ia às igrejas mesmo? Eles queriam me mostrar "Papai-do-Céu". Ai, que patético!

Ah, me lembrei de um dos motivos dessas memórias póstumas imbecis. Sabe aquele clichê de culpar a sociedade por tudo? Então, eu tava tentando culpar a sociedade. Vocês sabem como é: temos um certo padrão social a manter. Somos seres, nem sempre tão humanos, mas sim muito moldados. Como diria Montaigne, "Os filhotes de ursos e de cães mostram sua tendência natural; os homens, porém, metendo-se desde logo em hábitos, preconceitos, leis, mudam ou se mascaram facilmente".

E que pretensiosos! Eu tive um caso com uma menininha, uma ninfeta. Morava no Rio. Mas no interior. É, eu não disse que eu era da cidade? Então, sou carioca. Nasci em Realengo, mas me mudei para o Centro, assim que comecei a estudar. Mas voltando à Melina (esse era o nome da menina.), seus pais se escandalizaram, disseram que um homem da minha idade deveria estar preso. Por quê? Porque a suposta "virgenzinha" estava a mais tempo no mercado do que os próprios pais imaginavam? 15 anos e pura experiência!

Mas vou para outro pecado: muito tempo depois que terminei a universidade (estudei Administração) fui trabalhar num escritório. Ah, aquilo era a maior forma de tédio que encontrei. Se sexo era tudo o que eu queria, meu paraíso, aquele escritório era o inferno! E meu chefe? "Bóris". Que tipo de nome é esse? O dia em que ele chegou e disse que eu estava fedendo a cachaça e eu era jovem demais para aquilo. Tive que levantar (mas meio lento, pois eu havia bebido um pouco) e dizer que ele era um bosta e que esse adjetivo combinava com o nome dele. Era perfeito! Bóris Bosta! Perdi meu emprego. Hipócritas!

Eu cheguei a casar, mas não deu certo. Descobri que minha mulher gostava mais de mulheres que eu. Ah, pro inferno essas convenções. Transei com duas, três e até quatro. Minha mulher adorava! E eu adorava ver as moças brincarem. Ah, que isso, não tinha problemas. Os meus vizinhos achavam que éramos (qual a palavra mesmo?) perfeityos! Até o dia que começei a não gostar de sexo. Desisti. Saí com umas prostitutas, mas tudo o que eu queria era ler. É sim, começei a ler todos os clássicos. De Homero a Dostoiévski. De Machado de Assis a.... Que se dane! Eu lia. Muito. Perdi a vontade de fazer sexo, estava sem emprego, larguei mulher, casa...

Há uma semana, decidi que eu não merecia viver. Aliás, a sociedade não me merecia. Vamos culpar mais um pouco essa sociedade medíocre que levanta todos os dias e ficam 8, 10, 12 horas, trabalhando feito loucos e, no fim do dia, dormem e fazem tudo de novo. "Mas depois vem a recompensa!". Pobres iludidos!

Eu fiquei pensando em uma forma de me suicidar. Eu tinha tempo livre mesmo. Pensei em veneno, mas achei que sujaria muito o hotel em que estava e tenho um organismo muito forte. Cortar os pulsos? Não, sou covarde demais para isso. Mas achei a melhor ideia. Classico, né. Pular da janela. Eu estava ali, naquele hotel (não lembro o nome, mas era uma espelunca) e só sentiriam minha falta se eu caísse no carro de alguém.

Quatro dias depois, pulei. É, foi fácil assim. Desculpe se choquei vocês com as declarações, mas descobri que existe um purgatório e ainda estou nele. Eu precisava desabafar e vocês estavam tão dispostos. É, acho que há um raio de esperança nessa bagunça em que vivemos. Aliás, eu não vivo mais, vocês que contnuam.

Bom, vou embora. Eu só quero que vocês saibam que, apesar de parecer um escroto (como alguém já disse, não me lembro. Aqui tudo tá meio nebuloso) sou somente "Humano, demasiadamente humano!".

R.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

SLEEPWALKING

Ela não conseguia dormir. Tudo em que conseguia pensar era nele. Era um rapaz tímido, retrospectivo, mas com um sorriso indescritível (e só ela conhecia o verdadeiro sorriso do rapaz.).

Um dia antes de iniciar um grande trabalho, ela só pensava em como dizer tudo o que sentia por ele. Ela sabia que ele era tímido, que preferiria não tocar no assunto, mas ela decidiu pensar. E isso a acordou.

Na semana passada, eles se viram. A vida é agitada, sabem como é. Se viram rapidamente e esse momento ela guardou, com todos os outros momentos que passaram juntos.

Eles eram amigos, sim. Saíam juntos, pessoal divertido ia com eles. Ou eles iam com o pessoal, não importa. O que importava era a presença dele. Ele estaria lá semana que vem? Ele viria tomar café conosco? Ela conversava com ele como se fosse a última vez que iriam se ver. O abraço de despedida era o mais apertado, triste e comovente, mas a enchia de alegria, o momento, o toque...

Mais uma vez, eles voltavam à vida real. Faculdade, estágio, família, cachorros e uns sorrisos que brotavam durante o dia. Porque ela conhecia o sorriso dele e não sabia muito bem se ele reconhecia o dela. Ela dava um sorriso quente, com afeto. Não, afeto é pouco- com amor!

Num desses encontros, eles se vêem, num súbito consumo violento de paixão, ele era amado como homem e ela como mulher. Seria ela realmente sua amada? O que ele sentia? Depois dessa noite, muito mudaria para ela. Aí ela começa a perder o sono, de verdade. Seria um rastro de esperança?

Agora manhã, os problemas ultrapassam as expectativas para aquela semana. “Seria essa a pior e melhor semana da minha vida?”. Como alguém perduraria com essa dúvida por mais tempo? Ela não podia!

É madrugada novamente. Ela escreve um SMS, mas não tem coragem de enviar. “Que não seja eterno, (posto que é chama) mas que seja infinito enquanto dure!”. Vinícius de Moraes enchia sua cabeça com os poemas e contos mais clichês. Ela estava mais apaixonada!

Um tempo depois, o reencontra e dá outro abraço daqueles, um apertado. Ela o enchia de amor ele a enchia de... Nada, ela crê. Ou algo. Ele não dizia. Ele não pensava. Mas ela pensava por ele. E sentia o coração doer, por ele.

Mais uma noite sem sono. Ela vai até seu computador e decide desabafar. Escreve algo autoral, de punho e depois passa para a máquina. A prosa dizia:

“Eu o vi. Com seus olhos pálidos e suas mãos quentes.

Ele não me beijou ou demonstrou nada. Só abraçou e sorriu. Ele se foi.

Se não é amor, é algo muito parecido, creio eu. Não vejo porque não.

A gente se completa da forma mais insana que se pode crer. A dúvida não me deixa mais dormir. O que fazer agora, se ele não sai de mim? Eu procuro deixa-lo em qualquer lugar: “Tomem, podem levar o guri que tanto prezo e que tanto macula meu coração!”. Eu grito, sem voz. Eu suspiro silenciosamente. E depois de tanto sofrer, decido voltar para a cama. Mas antes, vou abraçar o meu amado, mesmo em pensamento.”

E ela voltou para sua cama, com seus olhos cerrados e uma lágrima teimosa.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

"O fim nunca é bom..." Então quero o começo!

"O fim nunca é bom. Se fosse bom, seria o começo!"

É com essa frase do filme "Divã" que começo esse post.

A gente tenta prolongar. Tenta melhorar. Tenta fazer o fim nunca existr. "O fim não é bom. Se fosse bom, seria o começo!"

O nosso tentar saber nos mostra o quanto somos ignorantes em muitos aspectos da vida. Sempre queremos mudar, queremos o novo. Subir no palco e mostrar o que ninguém nunca mostrou. Mas nós somos nossa única plateia. Ninguém vai nos dar amão e nos erguer- irão criticar. Isso! Aqueles que não estão na plateia, estão criticando. Mostrando as falhas, mostrando o que deve e o que não deve ser feito. E nunca chegamos no nosso ato final. Se houver aplausos, esses são inaudíveis. "O fim nunca é bom. Se fosse bom, seria o começo!".

Eu sei que ultimamente não estou escrevendo coisas que fazem um sentido razoável, mas eu não estou querendo que faça sentido, porque sempre sinto o fim- e o fim me deixa triste. "O tempo não pára" e nem a gente. Sempre tem aquela vontade de voltar atrás. Tenho, por mim, claro, que ninguém volta atrás pelos meios e sim pelo começo.

Todo começo é eletrizante, novo, sinistro (de um jeito bom). Quando se começa um romance, temos o frio na barriga. Delícia! Quando se inicia um curso. Faculdade, por exemplo. É um sentimento incrível de liberdade. Dominar uma língua? Você ganhou o mundo, de certa forma! O começo é bom! Simplesmente simples!

Eu estava pensando no começo do meu blog. O início dele. Tudo era alegre. Eu ria comigo mesma. Eu tinha meus amigos on/off que me "suportavam" (palavra que faria mais sentido em English, haha), eu tinha muito prazer de escrever. Escrever tudo e nada. Escrever. Escrever. Era um novo começo, um novo post. Agora parece que é mais um. Mais uma página não lida. Ou lida de forma errada. Ou lida.

Não tenho muito o que falar. Meio cansada e meio estressada. Odiando hipocrisias e formas de finalidades. Quero o começo. O alfa. O primeiro choro. O primeiro riso. A primeirapaixão. Quero tudo isso. Você quer?


Paula Bruce

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Sobre as lágrimas, os elementos e a vida

Há mais ou menos duas semanas eu estava escrevendo um post. Seria o post perfeito, mas não sei o que houve e não consegui publicar. Quando as palavras fluem, tudo parece certo. A vida melhora. Eu acredito nesse poder, quase transcedente, da linguagem.

Hoje, na classe de Filosofia da Educação, estudei sobre "O que é filosofia?".
Não, não desliguem na minha cara, pois não farei um discurso filosófico. Vou filosofar, mas sobre coisas aleatórias, sobre a vida mesmo.

Na semana que eu escrevi o post perfeito e não consegui publicar, um amigo meu se aproximou e me disse: "Talvez você não tenha conseguido publicar porque você achou o post muito perfeito." Concordei na mesma hora. Não havia maior filosofia do que essa, a do meu amigo. "NÃO! Estou errada".

Já lhes digo, a princípio, que Filosofia não é uma coisa individual. É coletiva. É formada de correntes e coerências incoerentes. É algo que tentamos provar, porém não empírico. Coisa que vem lá da Grécia, nos ensina muito sobre muitas coisas e nos faz pensar "O que somos?" ou "O que estamos fazendo mesmo?"

Sabe o que eu sou? Não preciso preencher nenhum perfil de site de relacionamento, o velho e "eficaz" Orkut, para saber o que sou. O que somos, na verdade.

O que somos?

Eu responderia por mim: sou música, sou sorrisos, sou flor, sou pele, sou nada, sou tudo, choro, prazer, gozo, vestidos, laços, sono, livros, filmes, luxúria, inflamáveis, água, terra, fogo, ar. Sou aquilo que eu quero ser e o que sou de verdade. E nem tudo que sou faz sentido, como esse texto. Mas mesmo o que não faz sentido, faz sentido.

Não, não tô enlouquecendo não. Eu quero dizer que a gente tem, sim, uma "filosofia de vida". Fazemos questão de mostrar à todos nossos sorrisos, mas escondemos nossas lágrimas. Qual o problema de errar?

Esse texto não tem começo, meio, nem fim. É um momento de passagem, de melhorias. Vocês lembram do que falei sobre meu texto, "o perfeito", lá em cima?
Descobri que ele tinha um GRANDE problema, uma grande falha: não foi escrito com o coração. Foi somente um desabafo mal acabado.

Não me pergunte o dia de amanhã, mas minha "filosofia" de hoje é: Não sei de nada, posso melhorar e o perfeito nunca existirá (Para Platão, por exemplo, só no plano da ideias. E o ideal.... Raaaaaro acontecer!).

Enquanto houver sol, haverá um sorriso. Ou uma lágrima.
Só creio em uma coisa: podemos melhorar. Como meu texto, que provavelmente será proposta para o próximo post.

Beijos,
Paula Bruce

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Eu sou uma pessoa apaixonada. Sim, amo a vida e tudo que essa tem à oferecer.
Não sou brilhante, sou simplesmente normal. Não um gênio e sou meio gordinha também.

Isso me torna mais uma, né? Mas não... Eu sou exclusiva!

Eu odeio essas coisas de auto-ajuda. Eu estava comentando com minha amiga, Mariana, quinta passada: "Mariana, auto-ajuda só ajuda aqueles que escrevem o treco, entende. Não faz sentido!".

Então decidi escrever isso, porque escrever ajuda. Auto-ajuda.

Eu não sou Jane Austen e menos ainda a rainha Clarice Lispector, a qual eu não gostava, mas tenho um imenso respeito agora. Desde que li essa frase: "Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.", que é da própria Clarice, não consigo evitar pensar em tudo aquilo que nós não vivemos. É, parece auto-ajuda, mas não é.

Pode ser para mim, claro. Você pode tomar como quiser, esse texto.
Há muito tempo eu não escrevo, só escrevo coisas para a faculdade e não consigo me inspirar a um bom texto. Mas sinto que esse será razoável.

Sabe quando Lispector diz que "viver ultrapassa qualquer entendimento!"? Então... Nesse momento eu decidi que quero viver. Mas será que dá para se viver plenamente, de forma transcedência, numa sociedade aonde estamos sempre tentamos organizar o caos (ato falho) e mostrar-nos melhores do que realmente somos?

Eu sou uma piada ambulante. Faço meus amigos darem gargalhadas, falo besteiras inconcebíveis, para um ser humano com faculdades mentais razoáveis. Até sou conhecida como doidinha. E não é por culpa dos medicamentos, mas sim por culpa do meu sorriso constante, que nem sempre é de verdade. E anda sendo raramente de verdade.

"Viver ultrapassa qualquer entendimento!" Só sei de uma coisa: não sei de nada ainda. Não é uma coisa platônica, com aquela ironia não. Não sei de verdade! Eu achava que deveria seguir os padrões e que, dessa forma, eu fugiria da anomia.

Mas descobri uma coisa: ser normal é a coisa mais anormal do mundo! Quando seguimos padrões, deixamos de lembrar aquilo que somos de verdade.

A gente vive num mundo aonde uma bunda vale mais que mil cabeças. Essa é a verdade! Então não adianta ser menina doce, amiga que ajuda. Porque, como um amigo meu disse um dia, "....essa é minha amiguinha, gôdinha [carinho fraternal], legal."

Isso tá tãããoooooo no fim!

Escrever é bom. Terapêutico. E eu tô de férias, então hei de escrever muitas coisas sem utilidades, como essa.

Mas a graça está na não-utilidade desses meus escritos. E tá me "auto-ajudando". Alguém duvida? Então, continuem lendo.

Não é fácil ser legal. Alguém concorda? Claro que deve concordar! Eu sou, no momento, o que eu não deveria ser. Mas tô lutando para que, de alguma forma metafísica ou ideal, eu volte à minha essência.

Eu não sei como eu começei a ligar para aquilo que os outros pensam, não sei como vim parar nessa monotonia, mas sei que eu não quero continuar nela.

Eu não tenho como terminar esse texto. Ele será finalizado no dia em que eu morrer. É, parece drama, mas essa é a vida. A gente nasce, cresce, casa, arranja trabalho, tem filhos, envelhece e morre. Não necessariamente nessa ordem, mas por aí...

Deixo um beijo para vocês. No momento, não estou muito irritada. Só o suficiente para não dar tchau. Só beijos.

Paula Bruce

segunda-feira, 14 de junho de 2010

A Cara da Derrota

De acordo com Houaiss:
Derrota
: 1- perda de uma batalha, uma guerra. <- vitória; 2- revés (em, negócio, amor, etc.) <- sucesso; 3- derrubada do poder; queda ,d. de ministro. <- nomeação; 4- B infrm. acontecimento desventurado, doloroso; calamidade <- FELICIDADE

Não pare de ler agora, só porque um dicionário e eu estamos pregando a palavra que começamos o texto. Sei que derrota não parece fácil, mas vou mostrar que é bem melhor do que soa.

Período de Copa do Mundo, o mundo se vira para a Copa do Mundo. Ah, pode ser redundante, mas vou continuar. Minha intenção é dizer que eu não tô dando a mínima, nem um poquinho, pra isso. Sério. É uma coisa linda, o mundo tá juntinho, as armas estão abaixadas e as TVs ligadinhas. Ninguém quer ouvir falar em "derrota". Você quer? Acho que não!

Mas só numa coisa consigo pensar: na minha "cara da derrota". Pode rir. Minha cara de der-ro-ta! Nunca estive tão mal, mas tô feliz por isso. "HAHAHAHA!", pode rir de mim. Ninguém, no planeta Terra, que seja normal, diria algo assim. Mas eu digo. Daqui a 10 anos posso me pegar lendo esse post e rindo dele trambém, quem sabe. Deixe-me prosseguir.

Dia 12, saí com quatro amigos. Vou listar aqui não, nem preciso, na verdade. Acho que eles vão ler (ou não). 5 doidos, na rua, frio rachando a cuca, Dia dos Namorados. Nisso, descobri uma coisa: sou a pessoa mais romântica do mundo! Ah, eu sei, um exagero isso. Mas confesso que dia 12/06, quase 13, descobri, quando o grande acontecimento se deu. Por isso minha "cara da derrota".

Eu não sei bem o que seria o grande acontecimento, mas sei que me deixa estranha, feliz e muito triste. E com "cara da derrota". Eu sorria como se fosse uma criança, acabando de ganhar um presente de Natal. Coração na mão, tudo de um jeito só. A derrota te leva num lugar aonde você não conhece e te faz tão mal, que você chega a ficar bem. É estranho!

A "cara da derrota" me fez bem. Ontem, eu só pensava na derrota. As passadas, as que virão e a que está em andamento. As pessoas têm a concepção ruim de derrota, mas eu não concordo- qual a graça de estar SEMPRE de pé, com um sorrisão no rosto?

Eu não sei o que dizer, não muito bem, mas vou voltar aos meus amigos, lá em cima, e citar todos: Renato, Stephany, Larissa e Mariana- que bom eu estava com vocês, quando descobri a cara da derrota! Se eu estivesse sozinha, eu não saberia que é tão bom ser derrotada e rir ao mesmo tempo. Sim, ri com eles, porque era dia 12/06 e estávamos rondando a cidade e mostrando o quanto não éramos apaixonados. Não só amor carnal, mas amor pela vida e tudo que cerca esta. Suspiros, músicas, pessoas.. Estávamos "pro mal"!

Não vou demorar mais, você que está lendo deve estar, no mínimo, com raiva da derrota e como ela pode , mais tarde, fazer bem pra pele, gerar um post e blá, blá, blá. E o que descobri sobre romantismo também. Como debochei dos românticos e escarneci daqueles que estavam apaixonados. E eu descobri que estou derrotada. Ri muito. Mas melhora, aposto!

Sério! Depois da derrota, vem o que mesmo? Vá lá no significado da palavra "Derrota" e veja o que destaquei: FELICIDADE! Porque depois de toda maré braba, tem calmaria no mar. Eu acho. Pelo menos, pensando assim, a derrota fica mais "positiva".

Então, eu tô torcendo pro Brasil vencer a Copa, claro. Mas não tô muito "ligada na telinha" não. Talvez assista o jogo amanhã, mas a derrota, ah...essa tá "me fazendo pensar em mim mesma". E se afinal de contas, alguém nos derrotar, pense: "Depois vem a vitória, a felicidade, a calmaria, o sorriso com prazer e as mãos levantadas!". Se o texto ficou muito subjetivo, me desculpe- estou "derrotada" mesmo!

Beijos para os derrotados. E para os felizardos também. Eu não seria tão exclusivista!
;)

Paula Bruce (Que está a "cara da derrota", até agora!)

domingo, 25 de abril de 2010

E eu peguei o trem pras estrelas!

Pouca coragem de levantar da cama, mas me levantei. A sexta-feira estava nublada, sem graça! A saudade de uns tempos que não voltariam mais, me trouxe vontade de chorar de tanto rir. Decidi sair de casa. Mas só passear, uma ida à casa da tia. Ali pertinho. 2 horas e alguma coisa. Zona Sul do Rio. Praia? "Olha o tempo!", pensei. Então eu ia só... por ir! Sabe quando, talvez, a sensação de estar saindo, de você ficar com seu livrinho, sua música e mais ninguém além de você? Uma sensação de asas abertas, de ar fresco, de sorriso. Não risada, não sarcasmo, não ironia. Um simples sorriso que mudaria um início de semana. E a partir daquele momento, você via que nada se resolve com pressa. E eu tô sem pressa. como diria Chico "Não se afobe não, que nada é pra já...".

Falando em Chico, eu tô em clima de bossa-nova. Eu já estava, mas quando cheguei e vi os Arcos da Lapa, por mais ordinária que tenha sido minha atitude, sorri. Feliz. Eu estava feliz. Por ver o que muitos veem todos os dias e não reparam. Olham sem ver! A simplicidade daquilo me fez delirar, um tipo de êxtase que me delirou. Coisa de livro! Tão real, se você soubesse!

Passando a Lapa, vem Aterro do Flamengo. Praia com lembraças de uma infância extremamente realizada. Sempre vi o sol nascer, a chuva cair, a flor se abrir ou morrer...Quanta beleza, gente!ério! Eu precisaria de todas as exclamações do mundo, pra falar da minha felicidade.

Cheguei na minha tia, fui comprar um livro num shopping perto de sua casa. "Apologia de Sócrates". Mas esse foi um dos muitos pontos altos do meu fim de semana. Não, não fui à New York fazer compras. Menos ainda à Fernando de Noronha, descansar. Eu...sorri! E de verdade!

E agora, o que me mais fez feliz esse feriadão- eu vi o Cristo Redentor!
Eu sempre ia à casa da minha tia, via tudo o que falei pra vocês antes, aqui, mas nunca, NUNCA havia visto tanta beleza naquele lugar! Duas da madrugada, eu acordo, abro as janelas da sala. 14° andar, perto do Pão de Açúcar, Praia Vermelha, Praia de Botafogo... Eu vi o Cristo!

Gente, é o Cristo Redentor! Não me importa se vocês me tomarão como uma romântica ou irão me chamar de caipira. Eu vi o Cristo! Mas eu não Olhei, eu vi! Senti, chorei, olhei a minha volta. Ouvi música enquanto olhava. A emoção me tomou e eu não consegui mais parar. Eu, depois de terminado minha "terapia com o Corcovado", deitei. Nunca me senti tão bem. Nunca!

O que eu quero dizer de uma forma desarticulada, mas com muita paixão, é que tudo na vida vale a pena! Tentar se emocionar com uma coisa tão trivial, me deixou mais humana.

Eu tinha um sonho, banal para alguns. Realizei- Observei o Cristo Redentor, ouvindo meu cantor favorito! é, eu sempre quis VER o Cristo, ouvindo uma música. Observá-lo, enquanto alguém (Cajú, com 'Faz Parte do meu Show') "me cantava".

E eu sempre achei que isso seria "idiota" da minha parte. Mas me fez um bem!

Que as pequenas coisas sejam as mais concretas pra vocês! (Não, não sou um "Biscoito da Sorte"! kkkkkkkk)

Beijos,
Paula Bruce, que cresceu muito nos últimos meses, graças a minha família, meus amigos e Ele.

(Este post dedico à @littlejokefor, que me escreveu um e-mail revelador e me inspirou a mandar bala nesse post. Te amo, amiga!)

;-)

domingo, 21 de março de 2010

PS:. I Love You!- Quando tudo vira uma experiência fria, o que fazer?

Viver num século impessoal, aonde as pessoas correm pra cima e pra baixo, sem razão aparente ou com razão aparente, é sempre triste e vazio.
Estar numa multidão onde se pode gritar a plenos pulmões e ninguém ouvir, é uma experiência fria!
Brigar por amor, um amigo, um propósito, um desejo, um prazer....Parece cada vez uma coisa mais distante, a briga, sabe!

O "day-by-day" é uma prece inaudível e o choro se tornou insípido. Essa é a nossa realidade!

Um amigo meu sofreu um acidente (muito grave) de carro, há alguns dias. O médico diz "poucas esperanças". Eu digo "Pouca fé, que temos!". Sei que parece fácil falar do sofrimento alheio, mas eu tô triste o suficiente pra falar desse acidente aqui!

2010, 2011...nosso 2012 é aqui, agora! Não numa estúpida produção de Hollywood! Sofrimento? Se quiser (Aliás, se quisermos!) ver sofrimento é só olhar para o próximo. O mundo pede socorro, uma mão amiga, uma lágrima real!

Eu fiquei tocada, pelo acidente do Vitor (o meu amigo, citado acima): rapaz da minha idade, no apogeu de sua carreira profissional e ansiando por mais e... esse acidente!

Hoje, me peguei deixando um recado no orkut dele, que dizia "Não sei porque eu não disse antes, mas eu te amo. E muito!"

Gente, abracem, beijem, digam "Eu te amo!", belisquem, zoem, visitem, amem!

"Amar o próximo como a si mesmo", isso é bíblico, mandamento de Deus e é lindo! Para aqueles que acreditam ou não! E quem não accreedita no amor, tá perdido!

Não sei se faz diferença, mas eu fiquei com essa emoção (nada barata) e vontade de falar de amor....

This is life! Isso é vida!

Se eu tenho resposta pro título do post?

Amar faz toda a diferença! Posso parecer piegas, mas amo com todas as minhas forças! Tente!

Um beijo da Pikena, que tá super sentimental!
;)

terça-feira, 16 de março de 2010

"Toda verdade é subjetiva!"

Quando se descobre que nem tudo aquilo que a gente faz é o certo, correto, próprio, determinante, a vertente que deveríamos seguir em nossas vidas, tudo fica meio frustrante.

Eu disse "meeeeio"? Não....A gente entra em transe, esperado que alguma coisa ou alguém que nos salve de tal indefinição, nos tome pelos braços e nos volte à realidadde!

"Se estávamos fazendo tudo certo, como no fim pode dar tudo (ou parte) errado?"
Caros amigos, tenho uma triste e incômoda notícia pra vocês: como disse nosso amiguinho Nietzsche, "Toda verdade é subjetiva!".

Como nos romances, que sempre o cara bonito é o vilão, e o razoável e bonzinho é o "Pra sempre!"? É assim...

Eu tô sempre falando por personagens, hoje sou eu, Paula Bruce, falanddo sobre alguma coisa que não sei muito bem a direção...

Apesar de 20 anos, sou "pequena", como uns diriam...Uns amigos, meio loucos, meio verdadeiros: tenho muita estrada, blá, blá...

Querem saber? Depois de 20 aninhos de estrada, aprendi algumas coisas, Sim, SENHOR!:

1) "Never smile for a crocodile!" (Meu pai me dizia quando eu era pequena, agora faz sentido!);

2) Em qualquer situação: seja você mesmo! Senão depois... não adianta se justificar!;

3) É preciso frieza pra coisas além do trabalho como legista no IML!;

4)Cada vez que aprendo uma coisa, aprenso que não sei p*** nenhuma!;

5)Quando você quiser beijar, beije. Abraçar, abraçe! Não deixe o tempo passar, por futilidades;

6)Se algo te inspira, corra atrás! Esqueça o que os outros falam! Se você queer estudar Medicina e Direito, quem pode te parar? Só você, meu filho!;

7) Não ouça "Linger", do "The Cramberries" às 2:00am, porque você terá lembranças que não desgrudam nem com querosene, dos piores!;

8)Quando se entra na faculdadde e se tem um pouco de maldade, TUDO é possível!;

9) Se sua mãe disser "Leve o guarda-chuva!", melhor levar!;

10)Não acredite em tudo que você lê!

Rá!

Beijos, povo blogueiro/twitteiro/afins!
:D

PS.: Qualquer dúvida, joga no Google!

domingo, 14 de março de 2010

"If I Lay Here, Would You Lay With Me And Just Forget The World?"

A festa, longe. A menina, sem intenção de ir, foi, mas somente para agradar a prima. "Estamos na cidade mesmo. Vamos, então!", disse a menina.

O rapaz era mediano, cabelos castanhos, olhos mel. Moreno, um sotaque diferente, nem das Gerais, nem da Cidade Maravilhosa.
A festa não era o melhor lugar, mas eles se conheceram lá. Um acaso do destino. O irmão do rapagão (que estava interessado na prima) os apresentou.

A menina, 15 anos, normal. Comum, salvo o seu olhar, paralisante. Não sabia muito sobre a vida. Só o que lera em romances de Sidney Sheldon. Não sabia o que era a malícia do sorriso largado. Ela viu o rapaz e, sem muitas expectativas, se perguntou: "Comigo?". Não tinha muito o que fazer, senão esperar a atitude do mancebo.

Ele se aproximou e sorriu: cinco minutos, conversa vai e vem e, infelizmente, ali, ela já sabia que ele era tudo o que ela queria, esperava, precisava. Ela simplesmente o amava!

Ele a tomou nos braços, um abraço apertado, e eles trocaram seu primeiro beijo. Como foi revelador! Ela já havia beijado outros, mas não com aquele sentimento de estrelas coloridas. De flor desabrochando. De renovo. De perfeição!

Foram duas noites de romance. Ela não sabia muito o que fazer, mas leu em algum lugar que, quando se está apaixonado, não é preciso pensar. Talvez em alguma revista adolescente...

Ela volta para sua cidade. Monotonia novamente. Mas ela o amava. Como ela esqueceria o único que a fez ver estrelas, futuro? Eles ficam 9 meses trocando SMS's, vantagens da tecnologia. Ou não. Isso a alimentou de esperanças. "Talvez a festa tenha sido o melhor lugar. Talvez sejamos o que eu espero, de verdade!", pensava a moça.

Ela volta àquela cidade: "Como eu gostaria de vê-lo...". Ela olha em volta. Tudo continuava no lugar, menos sua cabeça. Ela olha para o lugar aonde se conheceram. Soa lindo, poético, certo? Seu coração doía....muito! Essa dor daria a poesia, algum outro dia.

Sua (outra) prima, a chama para ir à um jogo. Nada animada, ela põe seus jeans e vai.

Na arquibancada, a torcida estava dividida. Para a menina, o jogo não valia nada...ela estava vazia, só pensava no rapagão.
-Prima, vou embora. Não tô legal não...
-Então faça um favor pra mim primeiro? Vá até a padaria e compre um chiclete, pleeeeeeaseee!
-Claro, ((não falo nomes))! Peraê...
-Vá pela saída lateral da arquibancada. Se você der a volta, não conseguirá achar o caminho.
-Certo.
Um tanto melancólica, pensando no seu "pra sempre", ela caminha em direção à saída lateral, como havia indicado a prima.
Mesmo cabisbaixa, ela sentia que algo estaria pra acontecer.
O surreal aconteceu: o rapaz estava ali, na lateral daquela quadra, com seus pais e irmãos.

Um momento cinematográfico: o rapaz a olhava e não acreditava. Ela já o sentia, naquele abraço saudoso, apertado e tenro. A noite seria inesquecível. Não haveria sexo. Mas a paixão das mãos....do abraço....o sorriso...a conversa tola...a boca....o afago...

Eles não mais se viram.

1 ano depois, a menina o acha num desses sites de relacionamento
Ela não dormiu naquela noite. Só pensava nele e em seus beijos. E mãos. E abraços...
Ele a tratava como "lembrança". Ela ainda o queria com todas as suas forças.

Ano passado, 2009, depois de quase perder o contato, eles se reveram.
O calor foi mais forte. A menina, que supostamente deveria ter desaparecido conforme o passar dos anos, não conseguiu dar lugar à mulher e, tudo o que ela sentia, voltaria junto.

Voltaria? Nunca desapareceu!

Ela o abraçou. E soltou uma lágrima. O beijo....Ah, o beijo! Cósmico....o frio....

Alguma coisa, depois disso, deu errado. Oras...muito errado! "Você não era pra me responder isso, ((não revelo nomes))!". Mas já que respondeu, vamos levar a vida....Em algum ponto, a gente tem que crescer!

Hoje, 2010, a menina se tornou mulher. Mas nenhuma marca some de verdade. E ainda não existe a metafórica "cicatriz" pra ela! Só a ferida, que ainda está aberta! "Ainda não passou e não vai passar!"

Não há "porquês" numa história de amor. Talvez uns "E se...?". Mas isso tudo, aqui escrito, não se explica. Somente se sente!

A menina respirou, pegou seu diário e foi escrever algo. Uma história de amor, talvez! Breve história, mas ainda assim, uma grande história!

"A festa, longe. A menina, sem intenção de ir, foi, mas somente para agradar a prima..."